Projeto eólico e solar da Renova terá R$ 130 milhões
May 27, 2014 | Categoria: Energy
Por Rodrigo Polito - Do Rio
A Renova Energia, braço de investimentos em energias renováveis da Cemig e Light, iniciará no fim do ano a construção de um complexo híbrido de geração de energia eólica e solar, em Caetité (BA). Com investimentos de R$ 130 milhões, o empreendimento, o primeiro do tipo no país, terá capacidade instalada de 26,4 megawatts (MW), sendo 21,6 MW de eólicas e 4,8 MWpico de energia solar (unidade que mede a potência da energia solar). A usina está prevista para entrar em operação no início de 2016
Segundo o presidente da Renova Energia, Mathias Becker, o objetivo da empresa é encontrar uma forma economicamente viável de explorar a energia solar no Brasil. Na região de Caetité, as duas fontes são complementares. Na prática, a produção de energia eólica é maior no período noturno, quando a geração de energia solar é praticamente nula. A combinação das duas fontes garante o fornecimento contínuo de energia do projeto e reduz o custo da fonte solar, que separadamente ainda é elevado.
O fornecimento de energia firme do complexo, de 12 MW médios (o equivalente ao consumo de uma cidade com 130 mil pessoas), foi comercializado por meio de um contrato de 20 anos de duração no mercado livre. O nome do comprador e o valor não foram revelados. Becker, porém, afirmou ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, que "o contrato foi fechado em condições comerciais de mercado".
Para desenvolver o projeto, a Renova já recebeu a primeira tranche de um financiamento de R$ 108 milhões firmado com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O volume já desembolsado, porém, não foi revelado.
O complexo prevê a instalação de cerca de 20 mil placas fotovoltaicas, que serão ligadas a quatro inversores e, em seguida, a uma subestação. A estação também receberá a energia que será produzida pelos parques eólicos.
"Temos de saber usar as fontes intermitentes de recursos naturais de forma inteligente para que elas possam de fato ser sustentáveis, não só em gerar baixo carbono, mas que também possam ser competitivas em termos de custo", afirmou o executivo.
Becker revelou que a empresa deverá incluir projetos de fonte solar e eólica no leilão de energia do tipo "A-5" (que negocia contratos com início de fornecimento em cinco anos), marcado para 12 de setembro, e no leilão de energia de reserva, ainda em estudo pelo governo. No ano passado, a empresa cadastrou 200 MW de fonte solar no leilão "A-5".
"Gostaria muito que por meio desses leilões se comece a fazer escala para que pudéssemos fazer inclusive esse parque [solar] com equipamentos fabricados no Brasil. Não existe parque fabril para esse volume que estamos fazendo hoje", afirmou.
Para justificar a instalação de uma fábrica de painéis fotovoltaicos no Brasil, segundo Becker, seria necessária uma demanda de 30 MW a 50 MW de capacidade de energia solar por ano. Já para as placas, seria necessária uma demanda anual de 300 MW.
Na área de eólicas, a Renova já possui 700 MW de capacidade instalada de projetos concluídos ou em operação. Estão previstos outros 730 MW de parques cuja construção será iniciada no terceiro trimestre e a operação é estimada para o início de 2017.