Custo da energia deve levar a aumentos médios de 17% este ano

May 07, 2014 | Categoria: Energy

Sueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de Brasília, Consumidor 

O superintendente de Regulação Econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica, Davi Antunes Lima, admitiu em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 7 de maio, que o impacto do custo da energia vai resultar este ano em reajustes tarifários de dois dígitos. Em média, segundo o técnico da Aneel, os índices aplicados ficarão na faixa de 17%, considerando a parcela econômica da tarifa em torno de 14% e as diferenças do ano anterior que as distribuidoras têm direito de repassar e que têm ficado, em média, na casa dos 3%.

Convidado para debate na Comissão de Defesa do Consumidor sobre as transferências de recursos públicos às concessionárias de energia e os reajustes tarifários, Lima disse que os aumentos de tarifa têm sido elevados em razão da situação hidrológica adversa desde 2012. Ele explicou que a descontratação de parte da energia destinada ao consumidor levou as distribuidoras a comprar energia mais cara no mercado de curto prazo.

Além disso, o custo da geração termelétrica resultante da escassez de chuvas no período também pressionam os gastos das empresas, que têm recebido de volta na  tarifa deste ano os valores pagos a mais nos contratos por disponibilidade. No ano passado, lembrou o superintendente, esse impacto tarifário não foi significativo porque o Tesouro aportou recursos para cobrir a diferença da exposição involuntária e da energia das térmicas.

O governo conseguiu empurrar para 2015 parte dos custos gerados esse ano, por meio de um empréstimo de R$ 11,2 bilhões intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Essa conta será paga a partir de fevereiro do ano que vem, de acordo com o calendário de reajustes das concessionárias.

 

O leilão emergencial de energia existente promovido no último dia 30 de abril vai reduzir os gastos com a compra de energia no curto prazo a cerca de 350 MW médios a partir de maio, o que dá um alívio nos gastos das empresas. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia, Nelson Leite, calcula, porém, que ainda assim serão necessários R$ 1,5 bilhão para fechar a conta esse ano.