Energia: Calor faz consumo residencial saltar 10% no 1º trimestre.

May 02, 2014 | Categoria: Energy

Por Téo Takar | Valor

SÃO PAULO  -  O consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 6% no primeiro trimestre, frente ao mesmo período do ano passado, para 121.922 gigawatts-hora (GWh), segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O segmento comercial apresentou expansão de 10,8% no consumo, enquanto a demanda das residências aumentou 10%.

“O verão de 2014 tem sido considerado como um dos mais quentes da série de medições meteorológicas do INMET. Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, apresentaram seguidamente recordes de calor em janeiro e fevereiro. Somado a isto, a maior posse de condicionadores de ar pelas famílias resultou no crescimento de 10% no consumo residencial, o maior já assinalado para o período desde o início da compilação dessas estatísticas pela EPE, em 2004”, afirmou a entidade.

A EPE também analisou o consumo do setor residencial por região no trimestre. A região Sul liderou o crescimento entre as regiões, com taxa de 17,5%. O Sudeste, que responde por metade do consumo residencial do país, cresceu 7,8%, bem acima do aumento de 3,8% verificado ao fim de 2013. Nos últimos 12 meses, o crescimento médio na região é de 4,5%. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste cresceram juntas 11,4% no primeiro trimestre.

O consumo médio mensal de energia nas residências do país fechou o trimestre em 166 quilowatts-hora (kWh), avançando 3,8% na comparação com março de 2013.

No mês de março, o consumo de energia elétrica no país avançou 4,6% na comparação com o mesmo mês de 2013, para 40.251 GWh, segundo a resenha mensal da EPE. Mais uma vez, o destaque de consumo ficou com o setor residencial, com aumento de 8,8%, seguido pelo comércio (8,3%), reflexo do forte calor que atingiu o país em março, o que incentivou o maior uso de aparelhos de ar-condicionado e refrigeração.

Por outro lado, o fato de o Carnaval neste ano ter ocorrido em março reduziu o número de dias úteis, o que afetou as estatísticas do consumo de energia da indústria. O setor apresentou queda de 0,3% no período. Além do fator calendário, a menor demanda do segmento de metalurgia do alumínio primário brasileiro, ainda afetado pela situação do mercado internacional e pelo preço doméstico da energia, também prejudicou o consumo industrial.

 

A indústria, porém, vem registrando sinais de recuperação e no primeiro trimestre do ano teve alta de 0,7% em relação a igual período de 2013. "No primeiro trimestre é possível observar que começam a cessar os efeitos estatísticos da redução das atividades da indústria eletrointensiva, notadamente a metalurgia do alumínio", afirma a EPE.