Tolmasquim reconhece alto custo a ser pago pela crise energética

March 12, 2014 | Categoria: Energy

Sueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de Brasília, Regulação e Política 

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, admitiu em audiência pública no Senado que existe uma conta grande a ser paga em razão do custo atual da energia elétrica, mas reafirmou que o governo está acompanhando a situação e não deixará a crise para as distribuidoras. "Realmente existe uma questão que afeta as distribuidoras, mas o governo está atento e não deixará que nada afete essas empresas", disse Tolmasquim nesta quarta-feira, 12 de março, na Comisssão de Serviços de Infraestrutura.

A reunião foi convocada para discutir a crise atual do setor elétrico e tem também como convidados o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann;  o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp; o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Luiz Eduardo Barata; e o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales.

Tolmasquim lembrou que o leilão A-1 de dezembro do ano passado não teve oferta suficiente de energia, mas rebateu o argumento que, segundo ele, tem sido apresentado, de que o preço-teto definido para o certame era baixo. "Essa energia estava contratada antes em média a R$ 100/MWh", informou o presidente da EPE.

Ele explicou que ao fazer o cálculo do Custo Marginal de Operação o governo chegou a um valor  R$ 183/MWh, mas definiu para o leilão um preço 5% acima da expectativa para o contrato com duração de 12 meses, que foi R$ 192/MWh. "Em janeiro e fevereiro teve uma hidrologia muito ruim, mas ninguém tinha bola de cristal para saber disso", afirmou Tolmasquim, em referencia às consequências da falta de chuvas sobre o preço da energia no mercado de curto prazo.

O executivo acredita que a decisão tomada em relação ao leilão foi a melhor, dadas as informações que se tinha então. Ele observou que se a situação em termos de afluência fosse o contrário, não teria como justificar como se contratou energia a R$ 300 ou 400/MWh.