Despacho térmico e PLD aumentam na última semana de janeiro

January 27, 2014 | Categoria: Energy

Por Adriana Maciel, de Brasília

Na semana em que o Operador Nacional do Sistema (ONS) divulgou a necessidade de aumentar o despacho térmico, o preço de liquidação das diferenças (PLD) também disparou, apresentando uma elevação de 18%, de R$ 410/MWh para R$ 484,83/MWh, em todas as regiões do País, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Em seu relatório na última sexta-feira (24/01), o ONS afirmou que haverá um aumento de 12,151 mil MW médios para 12,791 mil MW médios, ou seja, mais 640 MW médios.

De acordo com a previsão semanal do ONS, as chuvas não serão suficientes para melhorar o regime hidrológico. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a atuação de uma massa de ar quente e seco que inibirá a ocorrência de precipitação nas bacias. Já no Sul, a passagem de uma frente fria no início da semana ocasiona apenas chuva fraca.

A região Nordeste é o que mais preocupa, pois as vazões previstas para a próxima semana apresentam-se em recessão em relação ao observado da semana corrente. A previsão é de ausência de chuva na bacia do rio São Francisco. A única região que apresenta alguma previsão de melhora é a Norte, mas mesmo assim a previsão é de chuva fraca em pontos isolados da bacia do rio Tocantins no início da semana.

Aumento da demanda

Além disso, o Operador já divulgou por três vezes consecutivas os recordes de demanda de energia instantânea do Sistema Interligado Nacional (SIN). Os montantes foram, respectivamente, de 81.591MW, 82.306MW e 83.307MW. A marca anterior, registrada em 10 de janeiro, havia sido de 79.962MW.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, em entrevista após sair da reunião com o ministro Edison Lobão na semana passada, ressaltou que a carga bateu recorde em função da onda de calor. “Com a onda de calor todo mundo liga o aparelho de ar-condicionado e a ponta de carga estaria ocorrendo por volta de 14h/15h”, destacou.

Leite disse ainda que no decorrer do tempo os hábitos de consumo tendem a mudar, fazendo com que as distribuidoras, em especial, precisem adequar as redes para suprir a demanda adicional. “Antigamente, no segmento residencial, o grande vilão era o chuveiro elétrico. Todo mundo chegava em casa as 18hs e ligava o chuveiro e daí vc tinha uma ponta de carga nesse horário. Agora, nos dias de calor, a ponta está sendo gerada pelos aparelhos de ar-condicionado no setor residencial e comercial. O que é natural, há uma melhoria na renda da população, que começa a querer ter mais conforto. E daí, naturalmente, é um desafio para as empresas, porque elas tem que adequar as redes para poder suprir essa energia”, explicou.