Usina fotovoltaica na Bahia esbarra na burocracia brasileira

January 22, 2014 | Categoria: Energy

Por Wagner Freire

Dezoito meses passaram desde a realização do leilão que teoricamente viabilizou um projeto fotovoltaico de 3MW no município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia. A usina, que vendeu energia no mercado livre em uma ação inédita no Brasil, porém, ainda não saiu do papel. Um dos motivos para o atraso nas obras seria a burocracia brasileira, justificou Sérgio Marques, presidente da Bioenergy, companhia responsável pelo empreendimento solar.

O leilão foi realizado no dia 7 de agosto de 2012, no qual a Bioenergy afirmou que vendeu algo próximo a 2,5MWh em energia solar, a um preço próximo de R$250 por MWh. Inicialmente, o projeto de 3MW demandaria um investimento total de R$22 milhões.

Em setembro de 2012, a Bioenergy anunciou a contratação da Solyes para construir a primeira fase da usina, com 1MW de portência, ao custo R$7 milhões. Na época, Marques informou que a entrada em operação da usina estava prevista para o primeiro semestre de 2013.

No entanto, em entrevista ao Jornal da Energia, Marques explicou o atraso, justificando que entraves burocráticos envolvendo a importação dos painéis fotovoltaicos estariam emperrando o andamento do projeto. "O Brasil é uma mar de burocracia", desabafou.

Segundo ele, atualmente a Bioenergy negocia com sete fornecedores, entre americanos e chineses. A nova previsão é que a usina comece a operar no segundo semestre de 2014. A geradora conseguiu negociar junto aos clientes a postergação da entrega da energia comercializada no leilão.

O atraso, entretanto, não se limita apenas aos entraves burocráticos "alfandegários". Marques ainda justificou que o direcionamento de investimentos para projetos eólicos no Estado do Maranhão também contribuíram para a postergação do empreendimento solar.

A Bioenergy tem 28,8MW eólicos em operação no Rio Grande do Norte. Segundo o executivo, outros 513MW estão em construção, distribuídos pelos Estados do Maranhão e Rio Grande do Norte.