IPT testa cinco tecnologias para remediação de solo e de água subterrânea contaminados com organoclorados

December 13, 2013 | Categoria: Engineering

Rodrigo Louzas, do Portal PINIweb

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) divulgou nesta semana os resultados do projeto multidisciplinar de remediação de solo e água subterrânea. Com um investimento de R$ 15,8 milhões, o objeto de estudo foi um terreno pertencente ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), na cidade de Santo André, em São Paulo.

O solo do terreno estava todo contaminado com hexaclorociclohexano (HCH), um composto produzido artificialmente, organoclorado, empregado antigamente por indústrias de defensivos agrícolas como inseticida. Hoje em dia, essas substâncias são proibidas.

 

Ao todo, no projeto de remediação do solo, cinco tecnologias foram testadas para tentar mitigar os passivos ambientais. São elas: tratamento químico por oxidação ou solubilização, nanorremediação, biorremediação, dessorção térmica e fitorremediação.

 

De acordo com o instituto, apesar de todas as tecnologias terem tido um desempenho técnico eficaz na redução de massa de HCH, apenas a tecnologia de dessorção térmica a 170ºC foi aplicada durante tempo suficiente para a redução de 100% do contaminante, mostrando-se a mais eficaz.

 

Porém, em relação ao custo, a dessorção térmica foi a segunda mais cara entre os cinco métodos utilizados. O modelo de cálculo de custos considerou as etapas de montagem, operação, descomissionamento e monitoramento para uma célula com volume de solo contaminado de 2.196 metros cúbicos. A tecnologia mais barata foi a oxidação com o uso do permanganato de potássio, porém ela se mostrou menos eficiente.

 

O projeto-piloto trabalhou com quatro indicadores de desempenho das tecnologias para a tomada de decisão, que são eficácia em função do risco (atingir a concentração máxima aceitável, a CMA, para não ocorrer risco de contaminação), a eficiência (razão entre a eficácia e o tempo), os custos e a carga ambiental dentro da metodologia, ou seja, a avaliação do ciclo de vida. "A dessorção térmica mostrou-se a mais eficaz e a mais eficiente, a biorremediação teve o menor custo e o impacto ambiental da nanorremediação foi o mais alto entre as alternativas", afirma o estudo.

 

Segundo o IPT, o projeto, desenvolvido em quatro anos, "criou um ambiente multidisciplinar, pois sete dos 12 centros tecnológicos do Instituto estão envolvidos, além da Diretoria de Inovação e do Núcleo de Bionanomanufatura". O estudo foi financiado pelo DAEE e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).