Gargalos atrasam obras em até 17 meses

November 19, 2013 | Categoria: Engineering

Os gargalos nas etapas da construção de um imóvel atrasam em 17 meses uma obra habitacional e têm impacto de até um quarto no preço final ao consumidor.

Os efeitos do excesso de burocracia foram diagnosticados pela consultoria Booz & Company em estudo elaborado para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, a partir de pesquisa com empreendedores de diferentes portes e regiões.

Cada empresa apontou os principais entraves em oito etapas da produção (da compra do terreno ao repasse do imóvel); foram analisados 16 gargalos mais significativos.

A partir de notas dadas a cada problema, o estudo conseguiu mensurar que o tempo médio gasto para fazer um empreendimento com recursos da poupança e FGTS é de 57 meses. Se os entraves são eliminados, cai para 40.

Os problemas identificados se referem do plano diretor e do zoneamento a exigências de concessionárias (água, energia), licenças ambientais, cartórios e contrapartidas exigidas em esferas públicas. Incluem ainda prazos de aprovação em prefeituras, registros da incorporação imobiliária, burocracia nos financiamentos e no repasse de valores financiados.

Em média, o custo com todos os entraves faz o preço final do imóvel subir 9%. "Mas há casos em que o peso é de até 24% do valor total. Se o imóvel custa R$ 100 mil, R$ 24 mil são para pagar excesso de burocracia", afirma José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC. 

Além do custo e de atrasos para realizar a obra, chama a atenção a falta de segurança jurídica.

Corrupção

Apesar de o estudo não abordar a corrupção, há indícios da ligação do tema com o excesso de burocracia. Indicadores de 2012 mostram que o Brasil ocupa a 69ª posição em ranking que mede a percepção de corrupção no setor público em 176 países.

Da Redação, original Folha de S. Paulo.