Novo teto amplia compras com o uso do FGTS

October 31, 2013 | Categoria: Engineering

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de ampliar o teto do valor dos imóveis que podem ser enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) deve fazer com que as construtoras e incorporadoras passem a oferecer um volume maior de casas e apartamentos dentro das novas faixas definidas pelo órgão ligado ao Banco Central em setembro deste ano. "A principal mudança se dará para o consumidor, que poderá optar por um imóvel maior sem correr o risco de ser impedido de usar o FGTS", diz Celso Perucci, economista chefe do Secovi-SP.

A decisão do CMN eleva o teto do valor dos imóveis de R$ 500 mil para R$ 750 mil nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Para as demais unidades da federação o novo limite é de R$ 650 mil. "Vai aliviar a vida de muita gente que comprou o imóvel na planta perto do limite do teto e que temia que ele viesse a sofrer uma valorização até a entrega das chaves e ficasse fora do SFH", diz Perucci.

De acordo com ele, um número crescente de compradores estava perdendo a oportunidade de usar o FGTS no pagamento do imóvel porque quando o banco ia fazer a avaliação - o que só acontece quando ele está pronto - considerava que ele valia mais do que R$ 500 mil. A má notícia é que a decisão do CMN não é retroativa e só vale para negócios novos.

O Secovi acredita que a elevação do teto não vai impactar de forma profunda o setor. Até metade deste ano, mais de 40% dos imóveis lançados pelas incorporadoras e construtoras não eram enquadrados dentro do Sistema Financeiro da Habitação, impedindo que os compradores usassem o FGTS na aquisição. Com o preço médio do metro quadrado em São Paulo chegando perto de R$ 7,8 mil, apenas apartamentos inferiores a 65 metros quadrados estavam dentro da cota estabelecida pelo Banco Central. Hoje, em São Paulo, um apartamento padrão de dois dormitórios é lançado com uma média de 56 metros quadrados.

A liberação do FGTS para a compra da casa própria é apenas o reflexo mais popular da resolução do CMN que alterou o teto do valor dos imóveis. Em geral, a taxa cobrada no SFH é um ponto percentual inferior. De acordo com o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Teotonio Rezende, com as novas regras o volume de desembolso do FGTS deve subir em torno de R$ 1 bilhão ao ano. (YB)