Loteamento ganha espaço nos resultados da PDG

October 14, 2013 | Categoria: Engineering

Por Chiara Quintão | De São PauloO segmento de loteamentos - conhecido pelas margens mais elevadas que as de incorporação - está ganhando participação nos negócios da PDG Realty e vai representar, a partir deste ano, 20% do total. A incorporadora estima lançar R$ 400 milhões no segmento, o dobro do ano passado. O Valor Geral de Vendas (VGV) da PDG - incorporação imobiliária e loteamentos - ficará próximo a R$ 2 bilhões em 2013.

Em 2011, dos R$ 9 bilhões lançados pela PDG, os loteamentos responderam por R$ 150 milhões, ou seja, por menos de 2%. No ano passado, o VGV de loteamentos, de R$ 200 milhões, correspondeu a 11% dos lançamentos da PDG, de R$ 1,76 bilhão.

"O loteamento é uma operação de mais longo prazo. Estamos agora no período de maturação", diz o vice-presidente de incorporação da PDG, Antonio Guedes. A companhia ingressou no negócio de loteamentos em 2010, com a entrada da Agra Urbanizadora em seu portfólio, como consequência da aquisição da Agre.

Até agora, a PDG Urbanismo lançou R$ 110 milhões em loteamentos neste ano. Segundo o diretor da PDG Urbanismo, Fernando Antônio Oliveira de Barros, R$ 125 milhões serão lançados no fim do mês. Os demais projetos para que os R$ 400 milhões sejam alcançados estão aprovados. "A expectativa é ficarmos entre as quatro maiores do mercado." O segmento é liderado por Alphaville Urbanismo.

A PDG Urbanismo desenvolve loteamentos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Pernambuco, com foco principal na média renda de cidades com mais de 200 mil habitantes. O banco de terrenos para o segmento corresponde ao VGV potencial de R$ 2,5 bilhões. Parte das áreas - no máximo 20% -, conforme Barros, estava direcionada, inicialmente, para incorporação na PDG e foi remanejada para loteamentos.

A margem bruta da PDG em loteamentos é de 35% a 40%, acima da faixa de 30% a 35% buscada para os novos projetos de incorporação da empresa. O segmento de loteamentos é uma das cinco unidades de negócios da PDG.

A empresa tem quatro regionais - Região Metropolitana de São Paulo; Rio de Janeiro; interior de São Paulo, Sul e Centro-Oeste; e Norte e Nordeste. Uma vez por mês, os principais executivos da PDG, entre eles o presidente, Carlos Piani, o diretor financeiro, Marco Kheirallah, e Guedes, visitam uma das dez regiões prioritárias, por dois dias, para conhecer melhor as operações.

Guedes, que assumiu, em fevereiro, a área de incorporação da PDG, conta que o maior desafio da empresa, no momento, é a execução do que foi lançado no passado, ou seja, "entregar com qualidade e dentro do prazo". A companhia não tem obras atrasadas, de acordo com o vice-presidente de incorporação, se considerados os novos cronogramas estabelecidos.

Há previsão de término, no próximo ano, do processo de integração das incorporadoras compradas pela PDG desde seu lançamento inicial de ações (IPO) - Goldfarb, CHL e Agre. A empresa não utiliza mais nenhuma marca além de PDG, mas os procedimentos comuns a serem adotados em todos os segmentos ainda estão sendo definidos e implantados.

Em novembro e dezembro, a companhia vai finalizar seu planejamento estratégico para 2014 e definir o orçamento.

Na divulgação dos resultados do segundo trimestre, a PDG informou ter cancelado ou renegociado 24 projetos não alinhados com suas novas diretrizes e que a revisão de obras de outros 19 seria concluída até o fim do ano. Conforme Guedes, a empresa já definiu o cancelamento de parte desses projetos desde então e ainda analisa alguns. Nenhum dos empreendimentos cancelados tinha obras iniciadas.