Redução de potencial construtivo pode afetar preços de imóveis

October 11, 2013 | Categoria: Engineering

Romário Ferreira, da revista Construção Mercado

Redução do potencial construtivo

Se por um lado o novo Plano Diretor amplia os limites construtivos ao longo dos eixos de transporte coletivo, por outro, esses limites caem pela metade em diversas áreas da cidade. O plano delimita a Macroárea de Estruturação Metropolitana, localizada nas várzeas dos Rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, com prolongamentos junto às avenidas Jacu-Pêssego e Cupecê. É dentro deste perímetro que se pretende promover o adensamento. Fora dali, a ideia é inibir a ocupação, com o objetivo de otimizar a mobilidade e o uso das áreas melhor servidas de infraestrutura.


"Hoje o adensamento é mais comum nas áreas fora da Macroárea de Estruturação Metropolitana, as quais, antes, tinham coeficiente 2,0, podendo chegar a 2,5. Agora, o coeficiente será 1,0, podendo chegar a apenas 2,0. A medida pode ser positiva, mas não sabemos que tipo de reflexo vai causar no preço dos terrenos e dos imóveis", comenta Karla Itri, gerente de projeto da Marques Construtora. "Se o preço do terreno não mudar, com um aproveitamento menor essa diferença de custo vai ser passada ao consumidor de alguma forma."

Outro efeito da redução de potencial, apontado por Claudia Bocchile, arquiteta da Geoimovel, é o possível redirecionamento do interesse do mercado imobiliário na cidade. "Acredito que o mercado vai se voltar para áreas de coeficiente 4,0, mas não acho que as regiões que perderão potencial construtivo serão esquecidas", diz a arquiteta. "São áreas que continuarão a ser procuradas, mas com apetite menor, em função das margens menores para se trabalhar. Certamente, a tendência é a procura por novos nichos."