CPFL Renováveis vê aquisição como melhor oportunidade para crescimento

December 15, 2016 | Categoria: Energy

Wagner Freire, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Negócios e Empresas 

 

Com a demanda em queda e a baixa contratação nos leilões, as oportunidades de crescimento em geração no curto e médio prazo estão voltadas para desenvolvimento de projetos para o mercado livre e aquisições de ativos. Essa é a avaliação do diretor de Desenvolvimento de Negócios da CPFL Renováveis, Alessandro Gregori Filho. "Dado a conjuntura econômica e a sobrecontratação das distribuidoras, imaginar um crescimento só via leilão seria uma estratégia muito arriscada."


Em entrevista nesta quarta-feira, 14 de dezembro, o executivo informou que a empresa estuda oportunidades de M&A (fusões e aquisições) que somadas totalizam 4,3 GW em empreendimentos de diversas fontes. Gregori lembrou que a plano de negócio da CPFL Renováveis sempre foi diversificar as estratégias de crescimento. Cerca de 1/3 dos 2 GW que a empresa tem em operação foi conquistado via aquisições."Não temos amor por uma ou outra estratégia, procuramos dentro do time de desenvolvimento olhar para as oportunidades que apresentam condição de risco/retorno interessantes."


Nos anos de 2011 e 2012, quando o preço da energia comercializada nos leilões estava abaixo de R$ 100/MWh, a CPFL escolheu crescer através de aquisições e vendas de projetos no mercado livre. Hoje, o cenário é de baixa contratação de nova capacidade via leilão por causa da desaceleração da demanda. Com a entrada da gigante chinesa State Grid no bloco de controle, a CPFL ganhará mais poder financeiro para aproveitar as oportunidades de mercado, ainda mais em um momento em que a disponibilidade de crédito está escassa.


A CPFL tem uma dívida liquida de R$ 5,2 bilhões, com um perfil de alavancagem de 4,8 vezes o Ebitda. A empresa tem R$ 1 bilhão em caixa e apenas dois projetos para construir, com entrega em 2018 (CE-48 MW) e 2020 (MG- 27 MW). "O que a gente imagina [com a State Grid] é ter bala para poder acelerar ainda mais [o crescimento]... eventualmente complementar esses projetos que a gente deve entregar entre 2018 e 2020 com outras aquisições."

 


"Dada a conjuntura econômica que estamos e as empresas precisando vender ativos para se financiar por causa da restrição de crédito dos bancos, têm havido oportunidades interessantes na linha de M&A", admitiu o executivo. "Hoje o M&A tende a estar bem rentável, com melhor relação risco/retorno, mas para os dois casos (greenfield e brownfield) o desafio é grande para estruturar o financiamento", completou. A companhia tinha habilitado 400 MW em prejetos eólicos e solares para participar do próximo leilão de energia de reserva, previsto para 19 de dezembro. Porém o governo informou que o certame foi cancelado.