Matrix: oportunidade de avançar com implantação de GD fotovoltaica para clientes
April 10, 2015 | Categoria: Energy
Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Mercado Livre
As palavras de ordem para investidores e consumidores com o atual cenário do setor elétrico é agregar valor e reduzir custo. Essa situação deverá perdurar até pelo menos 2016, ou até o país voltar a ter custos competitivos com este insumo quando comparado a outros países. Até lá, os investimentos em geração, tanto distribuída quanto centralizada, devem passar por um momento de oportunidade em decorrência da perspectiva de um retorno mais rápido sobre o investimento.
Nesse sentido, o diretor de risco da Matrix Energy Trading, José Amorim, se mostra otimista quanto ao desenvolvimento do mercado nos próximos anos. Ele explica que com a entrada da DufEnergy, uma trading de energia europeia, como acionista, a companhia ganhou força para atuar no segmento de implantação de projetos. Isso se deve ao fato de que, na Europa, essa acionista atua nesse ramo e trouxe esse expertise ao país. No campo de atuação estão tanto as fontes renováveis quanto térmicas.
“Estamos nos colocando com um player para estruturar, administrar e viabilizar projetos junto a nossos clientes”, disse o executivo. “É isso que estamos procurando fazer, investir em ativos junto a nossos clientes, uma visão estruturante que a DufEnergy nos trouxe. Em nosso foco está, especialmente, a GD fotovoltaica”, acrescentou.
Ele cita um estudo da Firjan que apontou o Brasil como o país que tem a terceira maior tarifa de energia para a indústria entre 28 países pesquisados, com R$ 498,30/MWh. Para Amorim, essa característica do setor deverá se manter enquanto houver um desequilíbrio pelo lado da oferta no médio e longo prazo e que tem afetado os preços do mercado para os próximos anos. Justamente esse fator abre a perspectiva de oportunidades de negócios em autoprodução com retorno mais acelerado.
Para Amorim, 2015 é visto como ano de consolidação da empresa. O executivo disse que a situação macroeconômica brasileira é conjuntural. Por isso não acredita em grandes impactos sobre a estratégia da empresa, que é de longo prazo. “Essa conjuntura de curto prazo não atrapalha os plano de longo prazo da companhia que é ser uma plataforma de negócios em energia no cenário de comercialização serviços associados, como no trading tradicional e no trading sobe ativos”, disse ele.
De acordo com o executivo no ano de 2014, que foi o de início das operações, a companhia apresentou desempenho dentro do esperado. Ele não revela números, mas diz que o retorno sobre o investimento ficou em cerca de 30%, “Para um primeiro ano é um bom resultado e ficou dentro das expectativas dos acionistas”, afirmou.
Um dos motivos citados para esse desempenho foi a volatilidade de preços no mercado, que proporcionou a captura dos objetivos de rentabilidade da carteira e de operações estruturadas de pré e pós pagamentos.
Amorim diz que a capitalização da empresa proporcionada pela chegada da trading europeia permitiu à Matrix realizar as operações estruturadas com maior valor agregado da energia e oferecer produtos de serviços diferenciados. “Hoje não só fazemos a prestação de serviços tradicionais junto à CCEE e gestão de posição, bem como temos a possibilidade de estruturação de projetos”, listou.
Quanto ao comercializador varejista, cuja resolução foi aprovada pela Aneel, Amorim diz que a companhia está pronta para atuar. Contudo, afirma que ainda há um longo caminho para que essa figura possa realmente fazer parte do mercado. Sua expectativa é de que seja realidade apenas no médio prazo. Ainda há a necessidade de que se estabeleça o sistema de normatização e de garantias que os comercializadores deverão apresentar.