Chuvas poderão ser insuficientes para reverter a crise do setor elétrico em 2015
December 17, 2014 | Categoria: Energy
Da redação - Jornal da Energia
O comportamento da hidrologia no início de 2015 será responsável por balizar o nível de preços a serem esperados para o biênio 2015/16. Isso porque o período de escassez de 2014 gerou crises de abastecimento, financiabilidade e regulatória - originada pela MP 579 - do setor de energia.
O custo da geração adicional e da exposição das distribuidoras, juntamente com outros, já bateu a casa dos R$ 105 bilhões a serem pagos pelos consumidores - mais R$ 20 bilhões oriundos do Tesouro Nacional -, o que onera os contribuintes.
Segundo Walfrido Avila, presidente da Trade Energy, comercializadora livre de energia, um Acordão entre os agentes de diferentes categorias a ser proposto pelo governo seria o ideal para o atual cenário enfrentado pelo mercado.
"Nada indica que as chuvas do período úmido serão suficientes para reverter a crise do armazenamento hídrico. Uma iniciativa importante, comentada no Encontro Anual do Mercado Livre, realizado em novembro, é a do Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE), que está organizando propostas a serem levadas ao governo, no que se refere a possíveis soluções para a crise múltipla que atinge o setor atualmente", explica Avila.
Ainda segundo Avila, o atual preço do PLD, que passou de R$ 822/MWh para R$388/MWh e valerá a partir de janeiro de 2015, traz uma perspectiva de preço errada ao mercado, já que, com valor mais acessível, a demanda por energia e a insegurança regulatória poderão aumentar, o que não é recomendado em cenário de crise.
"Tudo indica que há pouca possibilidade de que o PLD volte a patamares próximos do custo médio estrutural de energia. Já a redução do teto, ainda que por um lado possa atenuar alguns problemas financeiros, notadamente o ônus para os geradores hidrelétricos e para os distribuidores com exposição involuntária irá reduzir a atratividade de futuros investimentos em geração", finaliza.