Cogeração a biomassa preservou 10% dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste

December 10, 2014 | Categoria: Energy

Pedro Aurélio Teixeira, da Agência CanalEnergia, do Rio de Janeiro, Operação e Manutenção 

O uso da cogeração a biomassa evitou o deplecionamento de 10% dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste em 2014. Os reservatórios da região encerraram o mês de novembro com 16% do volume armazenado. De acordo com Newton Duarte, presidente da Cogen, atualmente são 12.757 MW instalados em cogeração no país e essa contribuição foi providencial para o sistema. Sem ela, os reservatórios chegariam a 6%. "Se não fosse isso, era racionamento, com certeza", afirma Duarte, que participou nesta terça-feira, 9 de dezembro, do Seminário Perspectivas de curto/médio prazo para o mercado de Gás Natural, promovido pela Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas, no Rio de Janeiro (RJ).

Ainda de acordo com Duarte, hoje há 1.339 MW de cogeração a gás Natural e outros 412 MW de cogeração vindas de gás de alto forno. Ele quer uma adequação do valor de reposição da geração distribuída e da cogeração para que as vantagens que a adoção dessas práticas traz para as distribuidoras sejam captadas. O gás seria naturalmente a cogeração destinada para os grandes centros, uma vez que ele é usado no ar condicionado, que é quem consome mais energia nos prédios. A biomassa ficaria no interior. "O gás natural nos grandes centros é fabuloso, você gera e se aproveita tudo", observa.

No curto prazo, ele quer que o governo determine que a Petrobras destine uma quantidade do insumo para a cogeração nos grandes centros. Isso traria economia para o consumidor e liberaria as distribuidoras de grandes investimentos. "Ela traria uma operação mais sadia e confiável no setor, além do uso com alta eficiência da molécula do gás, é bom para todo mundo", comenta.

 

A biomassa é responsável por um percentual de 90% da cogeração no país e o gás fica com percentual restante. Em São Paulo, há um potencial de 3.500 MW para cogeração a gás, sendo que 2.800 MW seriam para o segmento industrial e 700 MW para o setor de comércio e serviços. Segundo o presidente da Cogen, a posição do gás no gráfico de participação pode se alterar consideravelmente, já que a biomassa depende da produção da cana e o gás apenas da compra do insumo, que pode ser até importado.