Secovi-SP acende sinal de alerta para mercado imobiliário
September 01, 2014 | Categoria: Engineering
Marina Pita - Obra 24 horas
O Sindicato da Habitação de São Paulo(Secovi-SP) informou que as vendas na capital paulista, no primeiro semestre do ano, ficaram 19% abaixo, em volume, e 30% a menos em valor, do registrado no mesmo período do ano anterior. Mas, o que preocupa não é o período de janeiro a junho, mas o que vem pela frente.
"O primeiro semestre do ano passado foi muito forte, quase 50% do total de 2013. Este primeiro semestre está fraco, mas a dúvida é se faremos dois terços das vendas no segundo semestre", afirmou Celso Petrucci, economista-chefe e diretor do Secovi-SP, durante o painel "Panorama de Mercado", realizado na quinta-feira (28), na Convenção Secovi 2014, em São Paulo.
A preocupação maior, apontou o economista, é com o aumento de 17,9% do distrato, quando há desistência de compra de imóvel, em junho de 2014, considerando que asvendas de imóveis nos últimos doze meses ainda são boas.
"Ainda estamos avaliando o que levou ao aumento do distrato. Nossa percepção é de que não temos ainda um problema de financiamento ou de renda do trabalhador", explicou Petrucci.
Medidas bem-vindas
O economista-chefe e diretor do Secovi-SP também aproveitou a oportunidade para elogiar as medidas que o Governo Federal anunciou para incentivar o crédito, que incluem reduzir o custo dos bancos, facilitar a recuperação do crédito inadimplente e a criação de Letras Imobiliárias Garantidas isentas de imposto de renda.
"O governo se convenceu do debate em torno das informações concentradas na matrícula do imóvel. Agora, com as mudanças, a aquisição de um imóvel pode ser feita da mesma forma que a aquisição de um veículo. Essa é uma medida muito importante", afirmou.
Participação no PIB
Na avaliação do economista, professor universitário e ex-ministro, Antonio Delfim Neto, lembrou que a demora na publicação da regulação das medidas anunciadas pelo Governo Federal preocupa. "Para vocês verem como o governo é ineficiente".
O renomado economista defendeu que a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) do País ainda é muito pequena. E mesmo a participação da construção civil no PIB, em torno de 5%, poderia crescer e atingir pouco mais de 7%, como em países de economia robusta, como a Alemanha.