Solar ainda depende de incentivos federal e estadual, avalia BNDES

August 28, 2014 | Categoria: Energy

Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Investimentos e Finanças 

O segmento solar ainda depende de uma série de medidas que o governo deve tomar para que se viabilize a fonte por aqui. Depois de se abrir a possibilidade de acesso a duas linhas de crédito no BNDES e o estabelecimento de um leilão de energia de reserva que deverá contratar a fonte, os próximos passos para o segmento passam por ajustes em nível estadual e federal.

O gerente do departamento de Fontes Alternativas de Energia do banco de fomento federal, Felipe Guth, disse em sua apresentação durante a feira Intersolar, que as atuais condições que são encontradas no mercado vão contra a meta do próprio governo em estimular a entrada de fornecedores no páis. Ele exemplificou ao citar que ao adquirir um painel importado se consegue um preço mais baixo do que comprar apenas os componentes no exterior e montar o mesmo equipamento localmente.

Por isso, uma das primeiras medidas é articular com ministérios a questão do imposto de importação. Um caminho seria aumentar a alíquota para os painéis prontos e viabilizar a entrada de componentes destinados à montagem. Até porque essa montagem é o ponto de partida para aqueles projetos que querem vender energia solar no Brasil, tendo como financiador o próprio BNDES.

Além disso, comentou ele, há outras formas de incentivo em nível federal, com a sinalização mais clara de um horizonte de contratação de energia solar para que haja a previsibilidade para investidores de componentes mais sofisticado. Eles precisam desses sinais para justificar o investimento em uma fábrica no país no longo prazo. Em nível estadual, ele citou que incentivos fiscais referentes ao ICMS também poderiam ser tomados.

 

Apesar dessas limitações, o setor já tem procurado o banco para consultas sobre as possibilidades de liberação de recursos tanto para projetos de geração quanto para o estabelecimento de fábricas de componentes. No segmento de geração, há a possibilidade de que ser obtenha alavancagem entre 55% a 80% do investimento a ser realizado. Em termos de fábricas o BNDES possui as suas linhas mais tradicionais de financiamento.