Solar: setor espera linha do BNDES antes do leilão de outubro

July 17, 2014 | Categoria: Energy

Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Negócios e Empresas 

O setor de energia solar espera ter em até dois meses uma política para financiamento de projetos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O tema que está segurando a finalização de um acordo ainda é a questão do conteúdo nacional para que pelos menos os projetos de usinas fotovoltaicas possam receber recursos do banco de fomento federal.

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, a expectativa é de que até a realização do Leilão de Energia de Reserva, em 31 de outubro, a linha já tenha sido anunciada. Outro ponto das negociações ainda estão em andamento referem-se a estimular por meio de financiamento do BNDES a construção de fábricas no país para a produção de equipamentos para a solar. Contudo, disse ele, como o banco não financia máquinas importadas as conversas ainda têm muito a avançar.

“Precisamos de uma política para o desenvolvimento industrial no Brasil, além do envolvimento da EPE e MME, passa também pelo Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio para que possamos trazer a indústria para cá e para que isso aconteça precisamos flexibilizar as exigências, olhar para a tributação que ainda é alta para tanto para os projetos de usinas quanto para os equipamentos, que está em cerca de 40% e assim, termos o conteúdo nacional”, comentou ele durante a EnerSolar+Brasil, feira do setor que ocorre até sexta-feira, 18 de julho, em São Paulo.

Segundo o executivo da ABSolar, o país ainda não conta com fábricas para o desenvolvimento de matérias primas do setor como silício, wafers ou módulos. A flexibilização citada por ele poderia ser iniciada por áreas onde há maior agilidade em sua implantação que seria na montagem de módulos fotovoltaicos e que depois poderia avançar para a produção de outros equipamentos e componentes, como o vidro.

Para isso, reforçou o executivo, é necessário que existe demanda e esse ponto poderá ser atendido por meio da realização do leilão de final de outubro. Segundo suas estimativas, a demanda mínima que justificaria a entrada de uma fabricante de vidros para os módulos está na casa de 500 MW ao ano. Ele não quis apontar para uma expectativa de contratação para esse leilão.

 

“Tudo vai depender da questão do preço teto, hoje imaginamos que o valor para viabilizar projetos esteja na casa de R$ 250 por MWh, similar ao que ocorreu no leilão específico de Pernambuco no final do ano passado”, lembrou.