Vendas on-line reinventam a construção civil em contexto de crise

May 15, 2020 | Categoria: Engineering

MARCO QUINTANA/JCEm tempos de pandemia, a visita ao imóvel decorado deu lugar a um passeio virtual e o corretor atende aos clientes pelo whatsapp. Com restrição a aglomerações, adotadas pelos governos do Estado e de muitas cidades como forma de evitar a rápida disseminação do coronavírus, a venda de imóveis precisou se adaptar ao novo momento."Crise é armadilha perigosa para não fazer", sentencia Juliano Melnick, sócio-diretor da Melnick Even. A empresa já estava com o seu feirão próprio marcado para o dia 28 de março quando os primeiros casos da Covid-19 foram registrados por aqui. A expectativa era receber mil pessoas na sede da empresa, em Porto Alegre. Após cogitar adiar o evento, a escolha foi por alterar o formado."Fizemos um evento todo digital, com lives, gabinete de negociação online e assinatura digital. Em alguns casos, ensinamos como fazer e usar o certificado digital", conta Melnick. O evento adicionou a palavra "digital" ao nome original e aconteceu nas duas primeiras semanas de abril. De acordo com o diretor da empresa, o valor atingido de R$ 10 milhões em vendas é próximo ao do ano passado.O feirão online ofertou o estoque de imóveis da incorporadora. Melnick acredita que o modelo não substitua lançamentos e, para que eles voltem a acontecer, será preciso baixar significativamente a curva do vírus e adotar protocolos de segurança.Em Porto Alegre, a MRV manterá dois lançamentos já programados, com o atendimento online ao cliente. "Já tínhamos modelo desenvolvido e tivemos que potencializar nesse momento", explica gestor de obras da construtora, Pedro Henrique Batista.Batista e Melnick compartilham da ideia que a venda online de imóvel não vai substituir totalmente a presencial. "É mais uma opção para o cliente. Tem o que gosta de ir e ver (o decorado) e tem essa nova experiência, de ver o apartamento pronto sem tocá-lo. Acaba agregando", diz Batista.Para Melnick, essa é uma medida do momento e que vai moldar a nova forma de trabalhar no futuro. "O online vai ajudar, é um caminho para abrir mercado. Possibilita um incremento das vendas. Mas não substitui o decorado, o plantão, o olho no olho", avalia.