Construção industrializada de concreto agiliza obras em rodovias.

February 06, 2020 | Categoria: Engineering

Fonte: Assessoria de Imprensa – Revista Grandes Construções.

 

O Brasil tem uma permanente necessidade de ampliar e manter em bom estado de conservação sua malha rodoviária.

E o país, ao longo das últimas décadas, tem investido considerável soma de recursos nessa área. Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), desde 1995, as concessionárias destinaram cerca de R$ 97 bilhões para obras e serviços de melhoria da malha viária nacional.

Nesse sentido, vem ganhando espaço sistemas construtivos industrializados que possibilitam a execução de obras de maneira mais eficiente, com menos custo e concluídas em menor espaço de tempo com qualidade.

Uma dessas soluções é o pré-fabricado de concreto, que vem se consolidando como a principal alternativa para a construção em viadutos, passarelas, pontes, praças e cabines de pedágios, barreiras de proteção, muros de contensões, galerias e demais obras de arte de estradas e rodovias de todo o Brasil.

Isso porque com esse sistema, é possível realizar duplicações sem interferência nas faixas existentes, respeitando o meio ambiente, além de proporcionar facilidade para a manutenção dessas construções.

De acordo com Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), o uso de pré-fabricado de concreto nesse tipo de aplicação tem se consolidado e ampliado, principalmente, pelo crescente uso e disseminação de soluções técnicas e inovações tecnológicas no segmento, como nas áreas de protensão, dos concretos de alto desempenho, dentre outros avanços.

“Colabora também, uma maior disponibilidade de equipamentos de transporte e de içamento com elevada capacidade de carga”.

No estado de São Paulo, por exemplo, recentemente seis praças de pedágio das rodovias SP 255, SP 249 e SP 318 receberam estruturas pré-moldadas de concreto, entre pilares, com duto central para escoamento das águas pluviais, vigas, telhas, cabines dupla e simples e submarinos.

O sistema construtivo também atendeu a construção de dezoito obras de artes especiais, (cinco pontes, seis viadutos, cinco passagens inferiores e dois muros de contensão) no prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto (SP-070) até o município de Taubaté, no interior de São Paulo.

Elementos estruturais pré-moldados de concreto também foram usados em dezoito obras de artes especiais (pontes, viadutos de passagens superiores e inferiores, galerias), nas implantações de vias marginais e alargamentos das expressas no trecho urbano da Rodovia Dom Pedro (SP-065), entre Km 131 e Km 145 e no prolongamento do Rodoanel (SP-083) em Campinas/SP, entregues ao tráfego em dezembro do ano passado.

Entre as vantagens e resultados obtidos com o uso do pré-fabricado nas rodovias SP-070, SP-065 e SP-083 estão a redução de até 30% nos prazos contratuais, diminuição de 60% no efetivo de mão de obra direta e indireta alocado aos canteiros de obras, menor interferência com transito, maior segurança para trabalhadores e usuários das rodovias, com melhor qualidade e menor custo.

A industrialização em concreto também vem sendo adotada para grandes complexos portuários, como foi o caso da construção de uma ponte ferroviária, uma ponte rodoviária e dois viadutos no Complexo Viário de Itaguaí (RJ).

Esse projeto envolveu a fabricação de superestruturas, como por exemplo, as vigas do viaduto composto (pera), que foram concebidas inicialmente para ter quase 70t.

Devido ao grande peso, para viabilizar a execução em pré-fabricado, houve a necessidade de realizar três vigas em uma: duas vigas com apoio (cabeça) e uma apenas com o corpo.

Na região Nordeste, um exemplo de aplicação de pré-fabricado foi a construção de duas unidades em passarelas que integram o VLT de Fortaleza-CE. A obra exigiu o desenvolvimento de fôrmas especiais para permitir dimensões esbeltas e mais leves, de maneira a atender as restrições de transporte e montagem no local.

Já na região Sul, a construção de um viaduto sobre a BR-277 na frente de uma unidade da Cooperativa Agroindustrial Agrária, próxima do município paranaense de Guarapuava, exigiu o uso de concreto com fck de 50 MPa na produção de peças, além do uso de concreto auto-adensável com rígido controle de qualidade e protensão controlada.