Emprego na construção civil tem 22ª queda consecutiva, aponta SindusCon-SP
September 27, 2016 | Categoria: Engineering
Luísa Cortés, do Portal PINIweb
O emprego na construção civil brasileira caiu 1,13% no mês de julho, o que indica a sua 22ª queda consecutiva, desde outubro de 2014. Foram fechados, no período, 31,1 mil postos de trabalho, gerando um saldo de trabalhadores de 2,73 milhões. É o que registra a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
O corte nos primeiros seis meses do ano foi de 170,3 mil vagas e, em 12 meses, de 468,8 mil empregos. Ao desconsiderar-se fatores sazonais, o número de vagas fechadas foi de 43,3 mil no mês (-1,57%).
Se analisado por segmentos, o imobiliário registrou queda de 1,42% em junho, seguido da infraestrutura (-1,18%). No acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário indica -17,87%.
As regiões brasileiras mais afetadas são, em ordem decrescente: Nordeste (-1,55%), Sudeste (-1,42%), Sul (-0,54%), Norte (-0,43%) e Centro-Oeste (0,13%).
No estado do Rio de Janeiro, o corte em julho em comparação ao mês anterior foi de 11.362 vagas (-3,82%), e deve-se, em parte, pelo término das obras olímpicas e paraolímpicas. Em 12 meses, a redução foi de 20,20%.
São Paulo registrou, por sua vez, uma queda de 0,71% no emprego no mês estudado, com redução de 5,21 vagas. O estoque de trabalhadores caiu de 736,3 mil em junho para 731,08 mil em julho. Ao desconsiderar-se a sazonalidade, a queda apresentada foi de 0,98% (-7,18 mil vagas). Os segmentos imobiliário (-1,01%) e de obras em acabamento (1%) foram aqueles a apresentar o pior desempenho.
Na capital, a queda no mês de julho foi de 1,06% (3.525 vagas). Em 12 meses, a retração apont5ada foi de 13,68%. A cidade corresponde a 44,8% do total de empregos no setor.
As regionais do SindusCon-SP a apresentarem a maior queda foram Santos (-1,69%) e Sorocaba (-1,46%). As maiores altas foram observadas em Bauru (0,96%) e São José do Rio Preto (0,70%).
Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a queda no nível de emprego do setor está diretamente associada à conjuntura econômica recessiva. "Embora os empresários do setor estejam menos pessimistas em relação ao futuro desempenho das construtoras, a persistência dos juros altos, o desemprego, o declínio da renda das famílias e as restrições à concessão de financiamentos determinam a atual escassez de novos investimentos no setor", defende.
Ferraz Neto vê com otimismo as medidas tomadas pelo governo até agora. "A manutenção do Programa Minha Casa, Minha Vida, o lançamento de 25 novas privatizações, a promessa de retomar 1.600 obras públicas paralisadas e o estudo para elevar o valor dos imóveis financiáveis pelo FGTS constituem uma sinalização positiva", opina.