Emprego na construção civil segue em queda no Brasil, mostra SindusCon-SP e FGV
June 20, 2016 | Categoria: Engineering
Luísa Cortés, do Portal PINIweb
O emprego na construção civil do Brasil registrou a sua 19º queda consecutiva em abril, com o fechamento de 17,4 mil postos de trabalho, o que representa recuo de 0,61% na comparação ao mês anterior. Desconsiderando-se os efeitos sazonais, o número de demissões é de 34,7 mil no mês (-1,21%). Em 12 meses, o corte de funcionários é de 398,2 mil. Os dados são de uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O segmento de obras de instalação foi aquele com a maior retração (-1,45%) em abril, em comparação a março, seguido pelo imobiliário (-0,83%). No acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário é aquele com a maior queda (-16,98%).
Em abril em relação ao mês anterior, as regiões brasileiras com pior deterioração do mercado de trabalho no setor são Nordeste (-1,75% e -10.292 vagas), Norte (-0,89% e -1.446 vagas), Sudeste (-0,63% e -9.181 vagas), Sul (+0,10% e +419 vagas) e Centro Oeste (+1,43% e +3.042 vagas). Tais dados já consideram fatores sazonais.
No Estado de São Paulo, a queda de emprego foi de -0,46% no quarto mês do ano em relação a março, ou 3.481 vagas a menos no mercado de trabalho. O estoque de trabalhadores foi de 761 mil em março para 757 mil no mês seguinte. Ao desconsiderar-se a sazonalidade, a queda foi de -1,65% no período (-12,5 mil vagas).
O segmento a mais sofrer com o resultado no estado foi o de infraestrutura (-1,54%), seguido do de obras de instalação (-1,48%).
A capital paulista corresponde a 45% dos empregos no setor, e apresentou queda de 0,61% em abril, com 2.091 postos de trabalho fechados. Em 12 meses, a retração foi de 12,15%.
A regional do SindusCon-SP a apresentar a maior queda foi Sorocaba (-1,24%), seguida de Campinas (-0,29%). São José do Rio Preto apresentou aumento no volume de vagas (+0,56%), assim como Santos (+0,13%) e Presidente Prudente (+0,06%).
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, considerou esperada a queda no nível de emprego do setor, em função da recessão. Para ele, ela deve repetir-se pelos próximos meses, a menos que a indústria da construção civil receba estímulos.
"Esperamos que o governo retome as contratações em todas as faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida, e que a União renove os convênios para que Estados e Municípios possam aportar terrenos e recursos ao programa. Medidas para ampliar a oferta de crédito ao mercado imobiliário também são urgentes. E é preciso acelerar as providências para colocar de pé as concessões e parcerias público-privadas", afirma o presidente do SindusCon-SP.