Inflação pelo IGP-M recua para 0,59% na 1ª prévia de setembro, diz FGV

September 13, 2012 | Categoria: Engineering

Por Ana Conceição | Valor

SÃO PAULO - A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou para uma alta de 0,59% na primeira prévia de setembro, de uma taxa de 1,21% no mesmo período em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com isso, o indicador , que é usado como base no reajuste de contratos, como os de aluguel, acumula alta de 6,69% no ano e de 7,66% em 12 meses.

A queda na variação foi puxada pela forte desaceleração no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede os preços no atacado e responde por 60% do IGP-M. 

O IPA subiu 0,75% na primeira prévia de setembro, ante 1,73% no mesmo período em agosto. Na separação por origem, o IPA de produtos agropecuários cedeu de 4,39% para 2,01%, e o de produtos industriais passou de 0,75% para 0,26%.

Houve também desaceleração no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no indicador geral, que marcou 0,16%, ante 0,39%, na mesma base de comparação. O custo de materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,34%, ante 0,24%, enquanto o da mão de obra teve a mesma variação do período anterior, de 0,52%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%, foi o único dos três componentes do IGP-M a registrar taxa maior na passagem de agosto para setembro, com alta de 0,29%, ante 0,08%.

Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram aumento de preços: transportes (-0,44% para 0,43%), habitação (0,08% para 0,40%), alimentação (0,48% para 0,53%) e saúde e cuidados pessoais (0,22% para 0,34%).

Na contramão, as taxas cederam em vestuário (-0,38% para -0,72%), educação, leitura e recreação (0,19% para -0,13%), comunicação (0,15% para -0,02%) e despesas diversas (0,11% para 0,09%).

A primeira prévia de setembro compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de agosto.

Desaceleração

A alta do preço da soja e do farelo perdeu força, enquanto o valor das aves acelerou no atacado. Apesar disso, o grão e seu derivado seguiram como algumas das principais influências para a variação do IPA, que responde por 60% dos IGPs.

De acordo com a FGV, a alta da soja em grão desacelerou de 9,93% para 3,48% entre a primeira leitura de agosto e a primeira de setembro. A do farelo passou de 16,81% para 3,36%. Já a alta das aves passou de 3,20% para 5,58% e a das aves abatidas e frigorificadas, de 2,50% para 7,20%. O arroz em casca também acelerou, de 2,91% para 9,81%, assim como o milho em grão (de 18,05% para 1,62%).

Soja e milho são a base da alimentação de aves e suínos e a disparada das cotações desses grãos há algumas semanas, por causa da quebra da safra dos Estados Unidos, elevou o custo da ração dos animais, que se reflete agora em aumento de preço das carnes.

Na outra ponta, o minério de ferro seguiu como principal influência negativa, com deflação de 4,10%, ante queda de 2,43% no mesmo período em agosto. Depois veem café em grão (de 6,08% para -4,63%), ferro gusa (de -1,61% para -6,26%) e ureia (de -2,21% para -12,78%).

O tomate, um dos responsáveis pelas altas taxas no atacado e no varejo há algumas semanas, agora registra deflação de 10,82%, ante alta de 19,53% em agosto.

O IPA subiu 0,75% na primeira prévia de setembro, ante 1,73% no mesmo período em agosto. Na separação por origem, o IPA de produtos agropecuários cedeu de 4,39% para 2,01%, e o de produtos industriais passou de 0,75% para 0,26%.

Na divisão por estágios, a variação do índice referente a bens finais cedeu de 0,58% para 0,57%. Contribuiu para este movimento o subgrupo bens de consumo não duráveis exceto alimentação e combustíveis, cuja taxa passou de 0,35% para -0,06%.

No estágio dos bens intermediários, a taxa passou de 1,27% para 0,53%, puxada por materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,16% para 0,40%. O índice referente a matérias-primas brutas registrou variação de 1,23%, de 3,63% no mês anterior, influenciado por soja, milho e café, cujas variações cederam no período.